As expressões regionais surgiram entre o senso comum social e a necessidade de se usar novos conceitos para se referir a um mesmo termo de forma simples ou menos prolongada. Vale comentar que em cada região do Brasil existem influências holandesas, alemãs, castelhanas e italianas, o que contribuiu para a construção da maneira de pronunciarmos as palavras.
Uma região do Brasil como o Rio de Janeiro possui um sotaque mais intenso em palavras com a letra “S”, que é substituída pelo “X”, na maioria das vezes. Esta é uma das principais características herdadas de Portugal que, embora tenha o idioma parecido com o português brasileiro, muitas palavras que conhecemos têm significados diferentes – como “ônibus”, que é chamado de “autocarro”, enquanto “equipe” se transforma em “equipa”.
O que são expressões regionais?
As expressões são gírias das quais as pessoas se valem para conversar informalmente em circunstâncias mais descontraídas. Os termos contribuem muito para o enriquecimento da língua portuguesa, além de gerar mais autenticidade.

Em cada parte do Brasil existem as mais diversas expressões regionais, como o “mano” do paulista ou o “trem bão sô”, muito popular em Minas Gerais. Cada um desses modos de falar torna a cultura de ambos os estados mais rica, viva, diferente e com um toque especial, devido à diversificação.
Dado que as expressões regionais refletem diretamente em questões sociais, históricas e geográficas de cada parte do Brasil, uma única palavra pode ter variações em diferentes locais. Por isso, no momento de traduzir documentos, livros, receitas ou manuais de instruções, é importante contar com a AGBT, para garantir que os textos sejam compreensíveis para todas as regiões.
Expressões regionais do norte
O norte do Brasil possui diversos tipos de expressões regionais, como égua, que pode se referir a um estado de surpresa ou admiração equivalente ao “eita”, e é um dos mais usados em rodas de amigos. Existem outras gírias populares que possuem significados interessantes, como:
- Moscô: uma pessoa que foi pega no flagra;
- Borogodó: alguém especialista em um assunto;
- Pai d’égua: pessoa boa;
- Asa dura: faz referência ao avião;
- Arraial: comércio nortista;
- Cunha: maneira de chamar meninas e moças;
- Curumim: se refere aos meninos e garotos;
- Carapanã: nome dos mosquitos;
- Tubão: soco na cara;
- Brocado: expressão que serve para dizer que sente fome;
- Égua de largura: pessoa sortuda;
- Levou farelo: a pessoa morreu;
- Ficar de bubuia: relaxar ou descansar.
Dada a riqueza de terminologias únicas dos nortistas, é muito comum ficarmos impressionados que, para se referir ao descanso, seja usado o “ficar de bubuia”. Para falar que está com fome, por sua vez, usa-se “brocado”. A partir dessas variações, você pode notar que esta região tem uma das culturas linguísticas mais ricas e expressivas do país.
Expressões regionais do Nordeste
No nordeste, as expressões regionais costumam ser abreviadas, para a conversa ser mais fluida e rápida – como o Ave Maria, que se transforma em “armaria”, e que serve para expressar choque, surpresa ou preocupação a depender do tipo de entonação usado. Veremos algumas das falas mais comuns dos estados dessa região. Confira:
Maranhão | Piauí | Ceará | Rio Grande do Norte | Paraíba | Pernambuco | Alagoas | Sergipe | Bahia |
Égua: expressão comum e muito usada em conversas. | Caçar conversa: arranjar confusão. | Baixa da égua: longe. | Arenga: confusão. | Avexado: apressado. | Alma sebosa: pessoa má. | Iapois: concordar. | Cabrunco: expressa uma coisa ruim. | Aluado: no mundo da lua. |
Kiu!: utilizado para caçoar de uma pessoa. | Fazer munganga: ficar de palhaçada. | Diabéisso: abreviação de “que diabo é isso?” | Buliçoso: inquieto. | Ficar com a gota: ficar com raiva. | Dispense: solicitação de parada. | Vou chegar: vou sair. | Gaitxar: rir. | Se pique: saia. |
Ficar bestando: à toa. | Boe: gíria de cara. | Só quer ser as pregas: pessoa metida. | Mancoso: uma pessoa que manca muito. | Pagar sapo: passar por uma vergonha. | Barrear: ficar chateado. | Lá ele: eu não. | ||
Avoar no mato: jogar fora. | De rocha: usado para concordar | Morgado: sem ânimo. | Estribado: pessoa rica. | Curiar: ser curioso. | Viu: significa “ok”. |
O falar do nordestino transmite energia, positividade e leveza na hora de conversar com as pessoas, sejam elas da própria região ou turistas. É normal não existir a palatização em consoantes como “d” e “t”, antecedentes às vogais “i” e de semivogais “j”, bem como nos finais de sílabas como “de” e “te”.
Ressaltamos que o dialeto nordestino tem a característica de substituir os sons de “ih” e “nh” para “J”. Mesmo que seja de maneira sutil, ainda é possível notarmos esse aspecto nas conversas. Em regiões do agreste e sertão é também extremamente comum que a pronúncia de palavras como botão se torne “butão” e escola vire “iscola”.
Expressões regionais do Sul
O dialeto guasca tem uma forte influência espanhola e também do guarani, o que pode causar um pouco de confusão durante conversas informais com pessoas que não são sulistas. Moradores que estão próximos da divisa com Uruguai e Argentina têm um sotaque semelhante ao castelhano, misturado com a herança alemã deixada pelos colonizadores. Conheça as expressões regionais mais comuns do sul:
- Atucanar: aborrecer ou preocupar;
- Bah!: significa surpresa, admiração ou surpresa;
- Baita: grande;
- Bomba: canudo;
- Chiar: reclamar;
- Chinelagem: baixaria;
- Cusco: cachorro sem uma raça definida;
- Esgualepado: cansado;
- Lagartear: deitar;
- Peleia: combate;
- Pila: dinheiro;
- Sinaleira: semáforo;
- Tchê: uma interjeição que pode significar amigo ou companheiro.
No sul, é muito comum que o tom de fala das pessoas seja sem as vogais nasaladas, como “ão” ou “õe”. Caso você vá conhecer um dos estados, vai poder notar durante os diálogos que a pronúncia de S é feita com a língua sempre voltada para cima, o que lembra as características do castelhano.
Expressões regionais do Suldeste
Se você viajar para São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Espírito Santo, precisa estar preparado para as centenas de expressões regionais ditas quase que simultaneamente em conversas. A grande maioria das palavras são diminuídas, para tornar as falas mais curtas e rápidas – o que pode ser um reflexo da agitação presentes nestes locais. Saiba quais são as expressões mais comuns:
- Mano: faz referência para uma pessoa que participa da conversa;
- Sussa: tranquilo;
- Zoado: não está bem ou legal;
- Rolê: passeio;
- Salve: cumprimento;
- Tá me tirando: expressão para “é brincadeira?”;
- Breja: gíria para cerveja;
- Bora: vamos;
- Se liga: prestar atenção;
- Bolado: preocupado;
- Caraca: surpresa e desapontamento;
- Mermão: encurtamento de meu irmão.
Na capital paulista é normal que as falas, além de serem reduzidas, possuam o R retroflexo, que se caracteriza por: “porrrrque” ou “comprarrr”, que pode gerar estranheza em turistas que vêm de outros estados para conhecer a cidade. Entenda também que, a depender da cidade em que você estiver, as gírias e o jeito de falar vão ser completamente diferentes, por conta de questões culturais e sociais.
Expressões regionais do centro oeste
O centro-oeste engloba os estados de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Goiás, e o dialeto mais popular é o caipira ou sertanejo. Cada uma dessas regiões possuem as próprias expressões regionais, acompanhadas de entonações mais fortes, expressivas e quase sempre retroflexas. Conheça quais são as gírias populares:
- Moage: frescura;
- Vôte: credo;
- Dar rata: passar vergonha;
- Pelejar: insistir;
- Grilar: se irritar;
- Trem: coisa;
- Pior: parece que vai chover;
- Mocar: roubar;
- Que nem: assim como.

Como o Brasil tem uma riqueza de expressões regionais, é muito importante contar com uma excelente equipe especializada em traduções, para você “ficar de bubuia” e não se “atucanar” com esse procedimento. Afinal, sabemos que realizar tradução não é simples, e, caso seja modificado de um idioma como o português para o francês, por exemplo, vai exigir ainda mais atenção para erros não serem cometidos.
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