Curiosamente, os paulistanos acreditam não ter nenhum, mas os sotaques de São Paulo existem e são formados por características portuguesas, interioranas e italianas. Ou seja, em cada parte da cidade é muito comum escutar um “R” mais intenso, enquanto em outras áreas é normal as pessoas colocarem a língua quase perto do céu da boca para falar “por que” ou “porco”.
A forma tão específica de falar e se expressar dos paulistanos tem relação direta com a chegada dos imigrantes, bem como a migração dos interioranos e a ida de nordestinos e nortistas à cidade. Por conta dessa língua tão rica, é comum que os próprios moradores pensem não possuir uma forma própria de falar, mas, sim, realmente têm, e é nítida a forma distinta como cada pessoa se comunica.
Com tamanha riqueza linguística ou ostentação, como dizem os paulistanos, é indispensável também ter conhecimento sobre a forma como outros países falam o português e suas respectivas diferenças. Afinal, há diversas características distintas que devem ser conhecidas, e você pode ter ainda mais praticidade no momento de solicitar a tradução de documentos com a AGBT!
Quais os sotaques de São Paulo?
Os sotaques de São Paulo mais conhecidos são o interiorano – que tem o R mais expressivo, conhecido por “R Retroflexo” ou caipira, e também muito visto em moradores de periferia – e o “R Tepe”, muito comum nas áreas centrais das capitais. Bem diferente do R carioca, mais suave. Isto se deve, principalmente, por conta da forte influência italiana que a capital teve no final do século XVIII e começo do XIX.
Em relação ao interior de SP, por exemplo, os dialetos caipiras são mais regionais e não seguem diretamente as características cultas do português. O “R” é muito mais rasgado, devido ao formato de curvatura feito pela língua, que causa a sonoridade tão tradicional e típica de cidades como Piracicaba, São José do Rio Preto e Franca.
Na baixada santista, em cidades como Santos, São Vicente, Praia Grande e Itanhaém, é muito mais comum ouvir um sotaque misturado com o da capital paulista e do interior. Os moradores têm uma vocalização sutil, em que predomina o português de Portugal, da mesma forma que ocorreu em SP há mais de 100 anos, com os imigrantes da Itália.
Todos os sotaques de São Paulo são diferentes, sobretudo porque, com o decorrer dos anos, ocorreu o que chamamos de miscigenação linguística. Essa é a mistura de diversos tipos de culturas para formar uma língua, tanto por conta dos sotaques, como por palavras mais específicas, como abacaxi – uma herança indígena que, hoje em dia, é comumente usada.
Características do sotaque de São Paulo
Uma das particularidades mais marcantes dos sotaques de São Paulo certamente é a mistura do “R” na pronúncia de diversas palavras. Porém, pelo tamanho tanto da cidade como do estado, existem alguns diferenciais que os fazem se tornar únicos, pois na maioria das conversas informais você facilmente vai ouvir diferentes tipos de gírias, por conta da miscigenação. Saiba quais são as características:
- Zona Sul: predomina mais o sotaque nordestino, as palavras são um pouco mais arrastadas e é comum o uso do termo “osh”;
- Zona Norte: com forte influência portuguesa, é muito normal você ouvir as pessoas falando muitas expressões com “tu”;
- Zona Oeste: sotaque levemente anasalado, pode ter uma predominância leve do italiano;
- Zona Leste: com sotaque mais forte do italiano, é normal as pessoas usarem o “R” com força, como “jorrrnal” ou “mulherrr”. O uso de palavras sem plural é comum, como “me vê dois pastel”.
Vale comentar que uma das particularidades mais interessantes dos sotaques de São Paulo é a forma de pronunciar as sílabas com “ti” e o “di”, pois sempre vão soar dessa forma: “tchi” ou “dgi”. É muito comum também os ditongos de palavras com EN serem pronunciados como “fazeinda”, embora os moradores do interior prolonguem a letra “E” e falem o mesmo termo: “fazeeeinda”.
Além de o sotaque gerar algumas controversas por conta de suas características únicas em pronúncias, ainda é repleto de dialetos diferentes, mais conhecidos por gírias. Se você nunca frequentou SP, certamente vai se surpreender com a forma dos paulistanos dizerem: “buzão”, “mexerica”, “mano”, “véi”, “se loko”, “estourei”, “sepá”, “sussa”, “rolê”, “bora tomar uma breja”, “tá me tirando” e “tio”.
No caso do “mano”, esse é um termo frequentemente utilizado para demonstrar surpresa, gratidão, raiva, tristeza, amor ou choque. É uma palavra mais comum nas comunidades ou entre os jovens e adolescentes, enquanto os moradores acima de 30 anos têm o hábito de falar muito “mêo” durante as conversas.
Como surgiu o sotaque de São Paulo?
Inicialmente, o sotaque era composto por línguas indígenas, como tupi, mas com a chegada dos portugueses ao Brasil, os linguajares mudaram, porque passaram por adaptações. Posteriormente, os africanos – na época, escravos – trouxeram uma variedade linguística para a cidade, assim como muitos anos depois fizeram os italianos, espanhóis e japoneses.
Atualmente, os sotaques de São Paulo podem ser categorizados como uma verdadeira mistura regional, pois há uma leve predominância nordestina em algumas regiões da cidade. No interior, é mais comum ouvir o falar caipira e suas respectivas gírias, como “filão” e “forfé”.
Com o passar do tempo, as palavras foram abreviadas para agilizar os diálogos, principalmente com o crescimento rápido da cidade. A partir disso, podemos observar o surgimento de termos como “facul”, “parça”, “vazar” e “orra”, algumas das mais usadas hoje em dia.
Podemos dizer que os sotaques de São Paulo passaram por diversas modificações durante muitos anos, mas o seu início teve uma forte influência dos indígenas e com uma construção maior dos imigrantes italianos. Não é à toa que regiões como Mooca e Bixiga possuem uma fala um pouco diferente do que estamos acostumados, justamente por conta do “R” mais forte em algumas palavras.
Quais os tipos de sotaques de SP?
Os tipos de sotaques de São Paulo são o caipira, o italiano, o português, o praiano e o nordestino, lembrando que a cidade tem milhões de habitantes, muitas pessoas pertencem a outros estados e trazem consigo uma bagagem cultural linguística que se adapta às realidades dos paulistanos.
Deste modo, o sotaque se torna uma grande e incrível miscigenação, responsável por surpreender imigrantes e deixar turistas de outros estados confusos com algumas palavras ou frases usadas no dia a dia. Sobretudo as mais rápidas ou abreviadas, para não perder o precioso tempo com conversas muito longas.
As pessoas que vêm da Bahia ou Rio Grande do Sul podem perceber facilmente a forma específica como os paulistanos pronunciam algumas palavras sem usar o plural. Este é um costume que veio dos imigrantes italianos, que não usam o S no final das palavras – o que pode causar um certo estranhamento no começo, principalmente ao ouvir: “os carro azul” ou “vou comprar 6 pão”.
Como surgem as variações linguísticas?
Variações linguísticas surgem sob influência regional, cultural e histórica, um fenômeno causado por alterações feitas pelas pessoas. A língua portuguesa é mutável, ou seja, pode ser modificada de acordo com as necessidades de cada falante, característica muito observada na maneira com a qual os sotaques de São Paulo se constroem e variam entre si, e em como cada paulistano conversa.
Por se tratar de um dialeto tão completo, mas específico e repleto de pequenas informações, traduzir determinadas palavras exige um profissional de tradução experiente e habituado com as características dos sotaques de São Paulo. Dessa forma, se você precisa contratar um serviço para traduzir documentos, é importante contar com um especialista para garantir o máximo de qualidade possível em seus papéis.
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