Descobrir, treinar e aprender a pronúncia do inglês é vital para dominar o idioma. Por mais que a habilidade da leitura e da escrita sejam importantes, é um fato que todo idioma começa pela linguagem oral e depois evolui para a linguagem escrita.
A pronúncia do inglês pode ser um pouco complicada para os falantes não nativos, ou simplesmente estudantes da língua, porque o inglês possui fonemas que simplesmente não existem em outros idiomas.
Ademais, o ser humano aprende um idioma através da audição. Desde criança, ouve pessoas ao redor que pronunciam palavras o tempo inteiro. Dessa forma, cresce e reproduz tudo o que ouviu. A virtude desse processo é a capacidade do cérebro humano de reter a fonética das palavras. Mas essa virtude também é um problema.
Por falarmos a vida inteira o mesmo idioma, nosso cérebro se habitua de uma forma irreversível aos fonemas da nossa língua nativa. Isso significa que mesmo com muito treino, é difícil nos adaptarmos à pronúncia do inglês completamente. Claro que, quanto maior for o nível na imersão nesse idioma, melhor será a pronúncia, que evolui com o tempo.
Aprender quais são os erros mais comuns na pronúncia do inglês é uma forma não só de compreender as pronúncias erradas, mas pôr em prática a fala do idioma de maneira compreensiva aos nativos. Isso quer dizer que os estudos se tornam cada vez mais compensadores, pois a comunicação melhora progressivamente até chegarmos à fluência.
Acompanhe a seguir como funciona a pronúncia do inglês, qual a sua importância e veja também quais são os 10 erros mais comuns para melhorar seu jeito de falar inglês!
Como funciona a pronúncia do inglês?
Existem vários fatores que caracterizam a pronúncia do inglês, e com isso podemos determinar como ela funciona.
O primeiro deles é o fato das palavras não serem pronunciadas exatamente como são escritas. Muitas delas não chegam nem perto de suas correspondências escritas. No português, a fala corresponde quase 100% ao som das letras “puras”, por se dizer.
Outro fator da pronúncia no idioma inglês é que há muitas consoantes nas palavras, o que traz a necessidade de um esforço muito maior para falar.
Além disso, um fator que caracteriza a pronúncia do inglês é sua abundância de palavras monossilábicas. Ademais, é simplesmente raro existirem muitas palavras com muitas sílabas. Ainda assim, já que há um volume menor de sílabas, o inglês “compensa” isso com muitos sons de vogal, e isso é o terceiro fator de funcionamento da pronúncia desse idioma.
O ritmo também é um fator importante para o funcionamento da pronúncia do inglês. Vale a pena comparar com o português para entender. Enquanto o português é um idioma que apresenta palavras syllable-timed, em que todas as sílabas são pronunciadas e diferenciadas muito claramente, no inglês o sistema é o stress-timed. Nesse tipo de pronúncia, a lógica é um ritmo mais rápido de palavras aglutinadas, com sons abreviados e compactos.
Qual a importância da boa pronúncia do inglês?
A questão de aperfeiçoar a pronúncia do inglês não tem a ver com a vergonha do sotaque ou qualquer motivo ideológico. É uma questão de melhorar a comunicação. Afinal de contas, quando as palavras são pronunciadas da maneira ideal, podem ser ouvidas de maneira melhor.
Erros, obviamente, fazem parte de qualquer processo de aprendizado. No inglês, ajustar a pronúncia aos poucos significa estar cada vez mais perto da fluência.
10 erros na pronúncia do inglês mais comuns
Já que o objetivo é aprimorar a pronúncia para dominar a comunicação com nativos do inglês, se fazer entender e se abrir para uma nova cultura ou carreira profissional, vale a pena conferir quais são os principais erros de pronúncia.
BraziU
Em nosso idioma, tendemos a pronunciar o “U” com som de “L” ao fim das palavras. Então, se alguém nos perguntar “Where are you from?” (De onde você é?), chega a ser quase instintivo falarmos “Brasil” com som de “U” no final. Porém, a pronúncia correta segue a forma escrita, que é Brazil. Há uma ênfase na pronúncia do “L” ao fim dessa palavra.
H e duplo R
Em português, quando um “H” aparece no início de uma palavra, ele é mudo na pronúncia. Mas no inglês o “H” tem som, que parece bastante com nosso duplo “R”. Então, nas palavras “hot”, “hotel” e “host” a pronúncia do “H” inicial é parecida com os erres em “carro”.
R e não duplo R
Já um erro de pronúncia do inglês bem comum dos brasileiros é a confusão com o “R”. É preciso falar o “R” ao encostar a língua no céu da boca e voltar com ela. Ao invés disso, muitos brasileiros que ainda não sabem o som correto lêem palavras como “red”, “rose” e “rainbow”, e a pronúncia tem som de duplo “R”, o que concisamente é o som do “H” no inglês.
E no fim das palavras
Já que a pronúncia das palavras do português prioriza o som de todas as letras e sílabas, sem condensá-las, é um erro comum de pronúncia falar o “E” ao fim de palavras que terminam com essa letra. Por exemplo, ao invés de dizer “nice”, sem ênfase no “E”, marcamos a palavra com a pronúncia “nicE”.
Duas consoantes juntas
Em português nós pronunciamos todas as consoantes de uma palavra, mesmo que estejam juntas, como “subsolo” ou “pneumático”. Mas no inglês somente a segunda consoante é pronunciada. Então, ao invés de falar “douBT” o correto é dizer “doubt”, sem a ênfase no “B”.
Som do ED
Esse fonema, muito usado especialmente em verbos conjugados no passado, cuja pronúncia correta é não falar o “E”. Por exemplo, em palavras como “walked” e “talked” essas palavras perdem o “E” no meio da fala.
Som do T
Aqui no Brasil estamos acostumados a pronunciar o “T” com som de “tch” em palavras como “tia”, “time” e “cotia”. Mas quando o mesmo aparece no inglês, a ênfase no “tch” some. Então, precisamos treinar a língua para não falar “Tchomorow” ao invés de “tomorrow”.
B e P
No português, o “B” e o “P” são bem pronunciados. No inglês, em palavras como “pump” e “bomb” também são, mas com muita sutileza. Se não nos atentarmos, ao invés de falarmos “bomb” podemos acabar com um “bombi” na pronúncia, simplesmente por enfatizar demais o “B”. Isso também vale para a palavra “pump” que não deve ser falada como “pumpi”.
Som de LE
Palavras que terminam em “LE” como “vegetable”, “able” ou “crumble” recebem uma pronúncia do inglês completamente diferente do som original das letras. Ao invés de falarmos “vegetABLE” falamos “vegetabôu”, com essa pronúncia de OU.
Verbos no passado
Em inglês, assim como no português, alguns verbos recebem uma flexão de tempo, o que está relacionado à conjugação. Nem todos os verbos no passado em inglês terminam com “ED”. Alguns simplesmente terminam com “D”. Mas a pronúncia recebe a mesma regra. Por exemplo, o verbo “say” que no passado vira “said” se pronuncia sem o “I” e com ênfase no “D”.
O que ajuda a desenvolver boa pronúncia em inglês?
Visto que as regras de pronúncia do inglês são bem diferentes das nossas, é uma questão de treino. Mas até para treinar vale usar algumas estratégias.
A primeira delas é: gravar toda vez que você treinar pronúncia. Assim você poderá ouvir, quantas vezes quiser, os próprios erros e fazer as correções. Outro truque bacana é acompanhar canais no Youtube que se especializam nisso, para poder ouvir a pronúncia correta com mais frequência.
Já a terceira estratégia é estudar uma boa tabela de fonética, pois isso permite identificar padrões sonoros no inglês, o que te ajuda a pronunciar novas palavras.
O mais legal de aprender a pronúncia do inglês certamente é ver a própria evolução e descobrir que você pode ouvir e falar melhor cada vez mais. Com esse incentivo, agora só resta botar todas as regras em seu aprendizado, treinar com estratégia e em breve o seu inglês falado será muito melhor!