Se você é um estudante de inglês ou simplesmente prefere ver seus filmes e séries com legendas, já deve ter reparado nas diferenças entre o inglês britânico e o americano, não é verdade? Embora a Inglaterra e os Estados Unidos dividam o idioma em sua origem, o germânico, que vem da atual Alemanha, há muita diversidade cultural envolvida na linguagem.
Isso significa que as diferenças entre o inglês britânico e o americano se dão por uma questão histórica e cultural. Para quem aprende inglês a partir do britânico, existe mais dificuldade em identificar certos termos do americano, e o mesmo vale para quem aprende o dos EUA.
O sotaque, por exemplo, é um dos fatores que mais causa estranhamento no que diz respeito às diferenças entre o inglês britânico e o americano. A depender do local, o sotaque inglês pode ser tão carregado que é difícil compreender o que é dito.
No Brasil, boa parte dos cursos é dedicada ao inglês americano, por isso, termos de números absolutos, a maioria dos estudantes de inglês tem mais dificuldade com o britânico.
São mudanças sutis, pois as diferenças entre o inglês britânico e o americano não podem ser tão escancaradas, já que a fala e gramática de ambos dividem a mesma matriz linguística. Ainda assim, vale a pena conhecer onde e como ocorrem as mudanças em alguns termos e jeitos de falar.
Conheça a seguir, com detalhes, as diferenças entre o inglês britânico e o americano na pronúncia, na ortografia, no vocabulário e na gramática. Veja as origens e o choque histórico contribuíram para as transformações do idioma inglês e qual versão dessa língua é considerada a melhor!
Diferenças entre o inglês britânico e o americano na pronúncia
Por todas as diferenças apresentadas entre o inglês britânico e o americano, podemos dizer que a relação entre essas versões do mesmo idioma é singular. Elas podem ser a mesma língua, com muitas variações, mas não são completamente diferentes.
Conheça a seguir os aspectos que demonstram claramente as diferenças entre o inglês britânico e o americano.
Na ortografia
A ortografia se refere a grafia de uma palavra, isto é, quais vocais e consoante são usadas na escrita e como.
Vemos diferença de escrita em palavras que são substantivos, adjetivos, em conjugações verbais, entre outras classes de palavras.
Mas, vale destacar que as palavras, embora escritas diferente, significam a mesma coisa.
Alguns exemplos que deixam essa ideia mais clara são:
- Britânico: encyclopaedia
- Americano: encyclopedia
- Britânico: cancelled
- Americano: canceled
- Britânico: fulfil
- Americano: fulfill
- Britânico: fibre
- Americano: fiber
São mudanças sutis, mas que mostram as particularidades de cada uma.
No vocabulário
Há pelo menos mais de 100 palavras que são completamente escritas e pronunciadas que tornam as diferenças entre o inglês britânico e o americano ainda mais evidentes.
Alguns exemplos são:
- Britânico: university
- Americano: college
- Britânico: football
- Americano: soccer
- Britânico: trainers
- Americano: sneakers
Para aprender essas diferenças, é necessário incorporar as palavras no estudo, como uma extensão do vocabulário.
Na gramática
A gramática, por sua vez, também mostra as diferenças entre o inglês britânico e o inglês americano.
O primeiro ponto é a formalidade no discurso, que é mais proeminente no inglês britânico. A palavra “shall”, por exemplo, faz parte de ambos os tipos de inglês, mas nos Estados Unidos, são usados mais o “should” e o “will”, que são alternativas informais. Quando um americano usa “shall”, ele usa o modo culto de sua própria língua.
A segunda curiosidade gramática que determina mais diferenças entre o inglês britânico e o inglês americano é o uso do plural para acompanhar os substantivos coletivos. No americano isso é feito no singular.
Por exemplo, a frase no inglês americano “The team is playing well” é falada e escrita “The team are playing well” no britânico.
Outra diferença sutil e difícil de pegar é o uso das preposições, que muda de uma versão do inglês para a outra.
No inglês americano, o “on” e o “in” são utilizadas para tempo e lugar. No inglês britânico, tanto o tempo quanto o lugar é demonstrado pela preposição “at”.
As origens e o choque histórico do inglês britânico e do americano
Em termos de origem histórica, podemos traçar o início das diferenças entre o inglês britânico e o americano a partir dos séculos XVI e XVII, quando ingleses navegaram e passaram a colonizar a América do Norte.
Como nessa época não havia uma ortografia e gramática padronizadas, coube a Noah Webster, um habilidoso dicionarista, criar o padrão. No entanto, várias palavras mudaram, assim como regras gramaticais, pois a intenção era demonstrar, através da linguagem, a independência do povo americano em relação ao inglês.
Além do fator histórico, há o choque cultural. Enquanto os americanos carregavam na pronúncia do “r”, a realeza e nobreza britânicas buscou diferenciar seu jeito de falar das massas. Mas o efeito disso foi a disseminação do “sotaque britânico”, que perdura até os dias de hoje.
Mais um fator cultural, e também histórico, é o fato de tanto a Inglaterra quanto os Estados Unidos terem contato direto com outras nações. Para a Inglaterra, foram os franceses, e para os EUA foram os latinos, que falavam espanhol.
Qual a melhor linguagem o inglês britânico ou o americano?
Seria apto comparar o inglês britânico com o português de Portugal, e o inglês americano com o português do Brasil.
Afinal de contas, Brasil e Estados foram, respectivamente, colônias de Portugal e Inglaterra, que passaram por processos de independência, o que afetou suas línguas e cultura de maneira profunda.
Atualmente, temos mais acesso, por uma questão cultural, ao inglês americano. É o inglês que nos cerca mais, pois está presente em filmes, séries e na cultura de entretenimento em massa.
Quem deseja se dedicar ao idioma britânico precisa vencer uma barreira cultural maior, pois a disponibilidade de programação nesse idioma é mais restrita. No sentido da disponibilidade, o inglês americano é melhor de aprender.
No entanto, hoje em dia, há muito material e cultura espalhados pela internet no inglês britânico, então, a procura é mais fácil.
Em termos de qual língua é melhor, pura e simplesmente, não existe uma resposta absoluta, pois depende do gosto pessoal de cada um, o que inclusive pode influenciar nas escolhas profissionais.
Qual a maior das diferenças do inglês britânico e o americano?
Após ver todas as diferenças gramaticais, ortográficas e lexicais entre esses tipos de inglês, vale enfatizar que a maior diferença, presente no inglês britânico, é o jeito de falar. Em outras palavras, a cadência na pronúncia das frases.
No inglês britânico, há uma impressão de que o falante “canta” quando fala, pois sua voz entra num ritmo distinto e passa por até quatro modulações. Já no idioma americano, o inglês é mais “corrido”, pois há uma tendência de aglutinar as palavras.
Enquanto o inglês britânico causa a impressão de uma linguagem mais formal e elegante, pelas palavras e pelo sotaque, o inglês americano causa impressão contrária: descontraído e mais informal.
Independentemente das diferenças entre o inglês britânico e o inglês americano, o mais importante na jornada de aprender um idioma novo é a afinidade, pois não adianta dedicar horas de estudo com uma linguagem cuja cultura você não liga muito.
Se você tem mais afinidade pela cultura britânica, invista nessa versão do inglês, pois a identificação ajuda a entender melhor o idioma. O mesmo pode ser dito da cultura e língua americana.
Agora que você conhece as diferenças, só resta estudar mais ainda e imergir o máximo possível na cultura do inglês que você deseja aprender!